O Normal que abafa a Fé


Já ouvimos imensas vezes que sem fé é impossível agradar a Deus. Mas como podemos manter a fé, quando a nossa natureza ou necessidade apelam para algo óbvio e momentâneo?
Como assim?
Situações difíceis, onde é quase impossível não se entregar ao medo, à impotência ou até mesmo à dúvida. Como as doenças, mortes e perdas. São casos que mexem com os nossos sentimentos.
Vamos saber, na prática, e não na teoria, o que temos de fazer. Veja o que aconteceu:
“Ora, aconteceu, naqueles dias, que ela adoeceu e veio a morrer; e, depois de lavarem puseram-na no cenáculo. (…) Pedro atendeu e foi com eles. Tendo chegado, conduziram-no para o cenáculo; e todas as viúvas o cercaram, chorando e mostrando-lhe túnicas e vestidos que Dorcas fizera enquanto estava com elas.” (At: 9: 37 e 39) “Mas Pedro, tendo feito sair a todos…” (At 9:40)
O normal é chorar na perda, é entregar-se nas dificuldades. Mas quando a nossa escolha é a solução para o problema, então tem que haver uma oposição ao que é normal. Veja que Pedro não deixou aquelas mulheres sofridas, permanecerem onde ele tinha que materializar a fé.
A fé exige cabeça. Raciocínio. Não apenas conhecimento.
A fé exige resposta em relação ao que se tem crido, na hora do problema. Mesmo perante o desafio, e sendo até duro com o sentimento.
A fé quer resposta e não conhecimento.

A fé é “sim sim” para a sua materialização e “não não” aos sentimentos.
Isso é a fé!
Fé não é apenas para se ensinar, é para se viver.
Mas para muitos cristãos, que tanto os ouvem, acaba por se tornar normal pronunciar os versículos, mas praticar, que é o que traz vida, não é percebido pelo próprio indivíduo. E, nesse caso, torna-se apenas religioso.
Vigiemos, pois qualquer um de nós pode tornar-se facilmente religioso. É só não estarmos atentos às nossas próprias atitudes e não exigir resposta daquilo que se crê. Isso inclui: Obediência e ação da fé.
Viviane Freitas